quarta-feira, setembro 26, 2007

Momentinho fascinação....


Admiração
Paulinho Moska

Meus olhos, famintos, não se cansam
de te acariciar
Procuram sempre um novo ângulo
pra te admirar
E sonham mergulhar na sua boca de vulcão
Provar todo o calor que há na sua erupção

Escorregar nos rios claros
das margens dos teus pêlos
E encontrar o ouro escondido
que brilha em seus cabelos
Devorar a fruta que te emprestou o cheiro
E talvez desfrutar de um amor puro e verdadeiro

Esquecer o espaço, o tempo e o viver
Perder a noção do que é ter a noção do perder
Se um dia eu fui alegria ao te conhecer
Agora canto porque sinto a dor de não te ter...

sábado, setembro 22, 2007

Acumular saber é acumular infelicidade?
Estava dando uma olhada no blog do Marcelo Coelho [colunista da Folha de São Paulo] e acabei achando uma discussão que me interessa bastante...O autor, no texto que segue abaixo, fala dos textos Eclesiastes [versus] a visão otimistas e irreal dos intelectuais [inspirados por Rousseau] a respeito da experiência Humana [em linhas gerais, para os intelectuais que seguem a linha Eclesiastes tudo é "vaidade das vaidades" ou "névoa do nada", enquanto os de inspiração Rousseauana acreditam num "destino humano" cujas limitações sejam apenas aquelas impostas pela sociedade]. Me interessa, sobretudo, essa dualidade entre conhecimento e infelicidade o (inverso também) e até que ponto somos realmente felizes na medida em que ampliamos a visão e o entendimento dessa complexidade que nos cerca..já me questionei muito a esse respeito (lógico que numa escala micro) e acho que esse texto, por mais que seja curto, me ajudou bastante a amenizar minhas inquietações, mesmo porq sanadas elas nunca serão...fazem parte do processo...

A sensação de vacuidade de tudo, do tamanho diminuto que nós temos diante do universo, da dor que existe em viver, saber-se mortal, naturalmente são coisas que todo mundo sente. Também é freqüente que a gente sinta coisas absolutamente diversas, e igualmente verdadeiras. Um poeta lírico muitas vezes se lança a escrever versos melancólicos, pessimistas, que apontam a nulidade de tudo –penso na poesia de Leopardi, por exemplo; e há os momentos de entusiasmo, de euforia imensa, como por exemplo os de Goethe, na sua “Canção de Maio”, onde o poeta, evidentemente porque está apaixonado, faz versos de pura exclamação: “Como a Natureza resplandece para mim! Como brilha o sol, como há risos na campina!” Amor! Amor! Etc. Etc.!

São estados de alma, e todos, afinal, fazem sentido, têm eco na experiência de cada um de nós. Mas a questão levantada aqui pelo Pondé vai além do que podemos chamar de “empatia literária”, ou de “compreensão poética” do texto. O ponto principal é a tese do Eclesiastes segundo a qual “acumular saber é acumular infelicidade”.

Com certeza, esse é um pensamento que tem conseqüências sérias, e talvez valha a pena discutir essa questão com mais detalhe.

De um ponto de vista, isso é inegável. Nós podemos pensar que um cachorro, ou um peixe, não sabem que vão morrer, não sabem que o destino deles poderia ser diferente, e nesse sentido são mais felizes do que nós. Mas podemos dizer também que eles não sabem que são felizes, de modo que nesse jogo perdem na hora o prêmio que ganharam com a própria ignorância...

Seja como for, essa opção –a de abandonar a consciência, a razão, em favor de uma espécie de bem-aventurança animal--, essa opção não está a nosso alcance. A história do fruto proibido, que Eva deu a Adão, tem um significado muito profundo: porque todo dia, nós poderíamos talvez jogar fora esse fruto, não participar do conhecimento do bem e do mal, não querer mais provar da árvore do conhecimento. Mas todo dia nós nos recusamos a fazer isso: ninguém quer se transformar em animal, em peixe, ou cachorro...

A identificação entre conhecimento e infelicidade se tornou, entretanto, muito comum no Romantismo do século 19, depois de todo o derramamento de sangue promovido pela Revolução Francesa, em especial depois de Robespierre, que instituiu o culto oficial da Deusa Razão, enquanto mandava dezenas de milhares de pessoas para a guilhotina. Natural que a Razão, o conhecimento, passassem a ser então responsabilizados pelos horrores daquele período. Surgiu então com força uma corrente antiiluminista, que insistia por exemplo nas belezas da religião católica, nos sentimentos de caridade, de consolação, de humildade que ela era capaz de despertar. Uma frase muito eloqüente dessa visão de mundo é a do visconde de Chateaubriand, que diz: “a Razão nunca secou nenhuma lágrima”.

A gente ouve uma frase dessas, e parece convincente, mas eu gostaria de responder um pouco a esse argumento, que é muito poético, com uma frase bem mais prosaica: não foi a religião quem inventou a anestesia.
Marcelo Coelho
pra terminar acho que essa frase resume um pouco o que penso a respeito:
"Entre o ópio confortável da religião ou do pensamento conservador, prefiro a negatividade da razão"....Eu também!!..rs
O conhecimento as vezes pode incomodar, mas (sempre) liberta...
é isso...

sexta-feira, setembro 14, 2007

Aos amigos em potencial....

Todos as pessoas que convivem comigo sabem da importância da amizade na minha vida...hj até menos, mas sempre tratei esse assunto com muita seriedade....

Tenho pensado muito nos meus amigos, mas não nos meus melhores amigos, os especiais..esses eu penso sempre! estou falando dos "amigos em potencial"...

Atribuí essa categoria àquelas pessoas que, por mais que eu não conheça, me despertam simpatia... de graça, por nada (tenho uma porção deles), mas que por diversos motivos (falta de tempo, falta de assunto, timidez...sei lah) a conversa não desenvolve, e muitas vezes nem acontece...um "e aí" ...e ponto.

As vezes me pego pensando se um dia terei oportunidade de conhecê-los, cada um deles, melhor, mais profundamente e com mais intimidade, será possível!?de onde vem essa simpatia!? afinidades?? tem explicação!? vai ser assim sempre!!?
Afff...uma Breja, por favor!!!
Enquanto isso, curto os de sempre! Amo!

Para um amigo em potencial que me fez olhar para essa banda bacanérrima!

domingo, setembro 09, 2007

Prudente Lado B (om)

É incrivel como as coisas mudam tão rápidamente. Há poucos meses mencionei neste espaço a falta de atividades culturais de qualidade nessa cidade modorrenta. Mencionei, também, a vinda do Sesc (com muita luta) para a cidade, instalando-se no antigo Thermas de águas quentes (ainda bem! me perdoem os velhinhos, era chatéeeesimo akele lugar!).
Pois bem...4, 5 meses se passaram e o Sesc praticamente revolucionou a dinâmica cultural de Prudente. Há de tudo um pouco: aulas de dança, ginástica, hidroginástica, pocket-shows, teatro infantil, adulto, até laboratório de multimídia para a garotada viciadas no mundinho virtual...além disso, o recinto é super agradável, conta com uma cafeteria despretensiosa (rs) e está sempre com todos os jornais e revistas mais importantes atualizados para os viciados em leitura (eu!!) se esbaldarem nas "chess longs" de palha, estratégicamente viradas para a piscina! (observar o por do sol nelas é incrível!)...
Uma pequena mostra da audácia e da qualidade de um dos Projetos foi ( a meu ver) a peça de teatro de bonecos que assisti hj: A peça era em torno de todas as obras de Portinari...isso mesmo, imagina o "Mestiço" interagindo com a a "Menina com o Carneiro", com plantadores de café, com as famosas Lavadeiras....e uma trilha sonora fantástica!? consegue!?....Eu vi!
São nessas horas que eu nem ligo se estou na cidade mais quente e chata do universo (gente, não é exagero!..hahah), se estou com ou sem grana, ou que preferia estar fervendo la em Ibiza, ou se algumas pessoas chatas teimam em cruzar o meu caminho, tudo isso se torna pequeno....me mostrando o quanto de tempo perdemos com bobagens!...
É isso...alívio imediato!
Uma pena o Sesc ter demorado tanto....mas que bom que está aí!...
Bombando no radinho: Hot chip, Editors, She wants revenge, Klaxsons, A. Monkeys, Killers.....
(ai que vontade de ir no Tim Festival...rs)